Lembra da minha saga com minha Olympus Trip 35?
Então, depois de mil meses, revelei o primeiro filme dela. Finalmente!
Porém, poucas fotos restaram (ainda bem que esse filme era de teste). O que aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um, então vou dar a dica: gente, toda vez que estiver com uma câmera de 35mm e o filme acabar, rebobine até não poder mais. Comigo, aconteceu esse pequeno desastre que me custou quase o filme todo – de 24, restaram 8. Eu achei que tinha rebobinado todo o filme e, quando abri a tampa da câmera, o negativo ainda estava lá. Ou seja, velei todo o filme que não foi para dentro do rolo.
Velar, para quem ainda não sabe, é queimar.
Tirando essa tristeza e a falta de experiência com a Olympus Trip, só tenho duas coisas a dizer: MUITO AMOR! <3
Essa foi a melhor foto que fiz das fotos que conseguiram ser reveladas. Agora, vamos reparar com calma os motivos por eu ter me apaixonado por meu marido pela OT35:
- A qualidade da imagem é maravilhosa. Como leiga, consigo até enxergar uma semelhança com a qualidade das imagens que as câmeras Pentax produzem;
- Percebam que a parte inferior da foto – a borda mesmo – fica avermelhada. É uma opinião totalmente parcial, mas eu AMO isso. Lembrando a vocês que minha Trip tem a opção A (automático), mas eu utilizei os números de abertura manuais. Fiquei com medinho pois o teste do A deu errado. Nessa foto aí, utilizei a abertura f/22;
- Todas as fotos da OT35 tem uma super tendência a avermelhar e estourar (pelo menos, foi o que percebi na primeira experiência). Então, nada de segurar o disparador muito tempo para o obturador receber mais luz porque não dá muito certo, como dá para perceber pela próxima foto:
Me chamem de louca, mas adorei o quase redscale que essa foto produziu. Se não fosse um teste (fotografei carros na rua da janela do 13º andar) e se tivesse pensado antes o que fotografar de fato, teria sido um lindo efeito. Para fazer esta, usei a câmera um ponto antes da menor abertura possível (a menor é f/2.8 e eu usei em f/4), no modo paisagem (ou seja, na distância métrica infinita).
Aqui, um amigo havia me dito “Mari, se você usar a abertura em f/8 no modo close, você vai conseguir aquele efeito de desfoque”. Bom, desfocou mesmo, mas não o que eu queria. Na verdade, queria a silhueta da minha gata em primeiro plano e o resto desfocado. Como diria o Kiko, não deu.
(mas fica a dica para quem quiser tentar)
Essa acima não tem nada demais, nada de poético, nada muito bonito. Porém, olha que legal: a gata estava em movimento (louca, lambendo a tela que tem na janela) e a foto não saiu nem um tantinho tremida. A abertura não estava nem tão alta – f/8, e o modo era retrato de meio corpo. Isso aconteceu pois a velocidade recíproca à essa abertura é relativamente alta (1/60). Não sei, tecnicamente, se essa câmera possui a velocidade automaticamente recíproca à abertura, mas, se tiver, é isso que acontece.
Além de não borrar, nessa o fundo desfocou um pouquinho (olhem a paisagem através da janela) e o primeiro plano ficou muito bem marcado. Além, claro, do belo avermelhado característico.
Já nessa, as pessoas se movimentavam e tudo ficou muito bem marcado, menos o que estava mais perto do mar. Isso acontece pois, quanto mais luz (maior abertura), maior vai ser a profundidade de campo da fotografia. Usei a abertura mais alta (f/22) combinada com o modo retrato de corpo inteiro. Essa foi uma foto qualquer, para teste mesmo.
Ah, esse filme tinha ISO 400 e era da Fuji, mas não me lembro exatamente qual… Acho que era o Superia. O mais comum, sabe? Na Olympus Trip 35, você também pode regular o ISO de cada foto além do ISO do filme, mas eu deixei a câmera sempre casadinha com o 400 do filme.
Outra coisa que eu achei super legal foi o visor (onde a gente põe o olho, o que uma galera chama de viewfinder) da câmera, que delimita exatamente o que vai sair na foto revelada.
Pela qualidade das fotos, o próximo filme dela vai ser pb. Posto assim que revelar, prometo!
Eu já mostrei no outro post a cola que veio na caixinha do filme, mas vou descrever para vocês de novo porque é muito importante a relação de velocidade x abertura(luz).
- Para noite em ambientes fechados, abertura de f/2 a f/2.8
- Para noite em ambientes abertos, a mesma coisa
- Para entardecer, de f/2.8 a f/4
- Para dias nublados ou ambientes fechados de dia, f/8
- Para luz natural em dias de sol, f/16
- Para luz de sol forte, como na praia ou em alto mar, e/ou para neve, f/22
Claro, que você pode brincar com isso também e não seguir essas regras à risca para compor efeitos.
(sobre velocidade x abertura, escreverei um post mais adiante, tá? Para ninguém ficar perdido)
É isso, meu povo. Super recomendo a Olympus Trip 35!